Parte I
Identificação
O Grupo Morangos® tem como missão atender as famílias portuguesas da contemporaneidade, observando as exigências impostas pelo quotidiano profissional, social e pessoal, e oferecendo bens e serviços às crianças, acompanhando-as no seu crescimento e singularidade, com práticas que concorrem para o seu desenvolvimento global, saudável e harmonioso. Visa a oferta de um serviço de qualidade em espaços altamente qualificados, equipados com materiais exclusivos, com segurança e conforto, onde os detalhes são pensados ao pormenor, desde a imagem, decoração, equipamento e práticas pedagógicas diárias.
As mudanças nas estruturas familiares da actualidade, os horários de trabalho dos pais, a indisponibilidade ou ausência dos avós, o aumento dos fenómenos de violência nas cidades, nomeadamente junto das crianças, assim como uma maior informação dos encarregados de educação sobre a importância das práticas de qualidade na Infância, criaram múltiplas necessidades no atendimento à criança de hoje. Os espaços Morangos representam para cada família portuguesa uma escolha de qualidade no atendimento da criança, mas muitas vezes materializam-se como único serviço que dá respostas consentâneas com as reais necessidades das famílias.
A procura do apoio pedagógico na realização das tarefas académicas e consolidação de conhecimentos escolares nas Academias Morangos®, o sucesso na realização de festas de aniversário nos espaços de Parque de Diversões Morangos®, a frequência crescente das crianças em espaços informais de aprendizagem como nos Programas de Férias das Unidades Morangos®, a crescente procura do serviço de Babysitting Morangos® e a especialização no serviço de alimentação e transporte em todas as valências Morangos® são indicadores claros das novas necessidades da família na contemporaneidade. É também disponibilizado o serviço de explicações e aulas ao domicílio para crianças de todos os níveis de ensino, cuja regulamentação e estruturação foi elaborada em exclusivo pelo Grupo Morangos®. Também o novo serviço às famílias da Rede Morangos®, a Escola de Pais, pretende instituir em cada Unidade Morangosâ um espaço de partilha e de reforço da auto-confiança do exercício parental moderno na modalidade de workshops.
Aquelas respostas têm como preocupação central a criança, primando pelo atendimento de qualidade, propondo-se que a criança seja acompanhada pelos profissionais das Unidades Morangos® desde a sua entrada na Creche Morangosâ com 4 meses de idade, até à frequência da Academia Morangos® com 14 anos de idade ou sua entrada no 3º Ciclo do Ensino Básico. Esta aposta na continuidade mostra-se, assim, emergente, encontrando-se na sua forma embrionária uma das grandes aspirações da marca: o desenvolvimento do conceito de Colégio Morangosâ.
A Creche Morangos® proporciona aos seus bebés um ambiente de aprendizagem activa, oferecendo espaços altamente qualificados, equipados com materiais exclusivos. São espaços de elevada qualidade, segurança e conforto, onde os detalhes são pensados ao pormenor, desde a imagem, decoração, equipamento e objectivos pedagógicos. A Creche Morangos® tem como objectivo fundamental a estimulação do desenvolvimento físico, a coordenação motora, o desenvolvimento sensorial e cognitivo, a função simbólica e a linguagem da criança até aos 3 anos de idade. Oferece espaços compostos por áreas acolhedoras e um ambiente familiar, fundamental ao desenvolvimento de cada bebé, onde as práticas pedagógicas são adequadas ao estádio em que cada bebé se encontra.
O Jardim-de-Infância Morangos® disponibiliza inovadoras actividades curriculares e extracurriculares, oferecendo espaços de aprendizagem activa e materiais exclusivos Morangos, promovendo o desenvolvimento de cada criança em cada estádio. O Jardim-de-Infância Morangos® tem como objectivo fundamental a promoção do desenvolvimento físico, intelectual, pessoal e social, de uma forma global e harmoniosa da criança dos 3 aos 6 anos de idade.
Chegar a um espaço Morangos é uma experiência única para os encarregados de educação e para as crianças. Nas Creches e Jardins-de-infância Morangos® encontram um ambiente acolhedor, familiar e paralelamente muito profissional. Encontram nas salas de actividades áreas de aprendizagem activa para os seus bebés em espaços altamente qualificados, seguros e confortáveis, equipados com materiais exclusivos da Marca Morangos – desde lindas imagens do Morangui estampadas nas paredes, ao pormenor do registo da marca Morangos® nos lençóis utilizados nos berços dos bebés.
Na Morangos® visamos a formação do adulto de amanhã, acreditando que é fundamental que a criança viva a sua infância hoje.
Projecto Educativo
Os tempos que vivemos são de mudanças rápidas nas estruturas sociais, económicas e tecnológicas. O carácter das sociedades Europeias é a transformação contínua. Esta situação leva-nos a repensar as nossas crianças e a suas infâncias. Inseridos nesta sociedade em permanente mudança no aspecto afectivo, económico e cultural, fazemos o propósito de contribuir para que a Unidade Morangos® Monte Burgos desperte para a construção de uma sociedade fundamentada em valores humanos e sociais.
O nosso propósito visa o futuro, tendo em conta que a educação deve ser prospectiva em relação ao adulto de amanhã, mas sobretudo, empenhada na infância ou a Criança de hoje.
O Modelo Pedagógico indicado pela Marca Morangos® é a Abordagem High/Scope. Os profissionais que trabalham e melhor conhecem o grupo de crianças poderão justificar levar a cabo uma orientação metodológica diferente, mais adequada a cada realidade social, implementando o Modelo da Escola Moderna (MEM), Abordagem de Trabalho de Projecto ou Método Montessori, por exemplo, sob orientação da Coordenação Pedagógica da própria Unidade Morangos® e em estreita colaboração com a coordenação pedagógica do Master Morangos®. Esta escolha não deverá entrar em conflito com as orientações da Marca, uma vez que a Abordagem High/Scope é suficientemente flexível para ser enquadrada em qualquer abordagem metodológica para a primeira infância.
A metodologia que é definida como linha orientadora do trabalho pedagógico nas unidades de creche e jardins de infância Morangos® é a abordagem High/Scope. Esta metodologia preconiza que a criança é a impulsionadora da construção do seu próprio conhecimento. Para tal, cada uma das salas das unidades é cuidadosamente estudada de modo a permitir encarar o próprio espaço como agente educador. Cada material constando nas salas é meticulosamente escolhido e estudado visando a descoberta sensório-motora e o favorecimento do desenvolvimento cognitivo. Os prestadores de cuidado (educadores de infância e auxiliares de acção educativa) são orientados de forma a proporcionarem às crianças várias e múltiplas experiências-chave que favorecam situações de resolução de problemas, obrigando as crianças a racionciar e a desenvolver uma atitude autónoma e auto-confiante. O trabalho pedagógico dos educadores repousa na observação e registo diário do desenvolvimento de cada criança, favorecido pela construção de uma relação criança-adulto baseada na confiança e respeito mútuo, de modo a permitir uma planificação centrada nas necessidades e interesses de cada uma delas.
Os profissionais das Creches e Jardins-de-infância Morangos® orientam a sua acção pelo Projecto Educativo e Pedagógico Morangos®, estruturados cuidadosamente no seio da sua realidade sociocultural e implementados sob orientação e supervisão ao longo do ano lectivo. O Projecto Educativo Morangos® tem como base a temática bianual dos materiais exclusivos da Marca, que inclui o Livro, CD Multimédia e a Revista Morangui, fidelizando a criança desde os primeiros meses à figura e personalidade do Morangui®, o “amigo que cresce com as crianças”, mascote oficial da marca, o seu melhor amigo.
Para o biénio lectivo 2010/2012 a temática a ser trabalhada é “A Amizade”, tendo sido precedida pela temática “A Família”. Na exploração de temáticas tão amplas, permite-se que todos os profissionais da rede Morangos® possam trabalhar intensa e proximamente aos interesses, motivações e necessidades de grupos de crianças específicos, desenvolvendo o trabalho em equipa e envolvendo os pais e a comunidade onde se inserem.
Pontualmente as Unidades Morangos® recebem do Master franchisador sugestões de trabalho para comemorações pontuais – celebração de datas significativas como S. Martinho, Dia da Mãe, etc.
A Unidade Morangos® Monte Burgos, nas valências de Creche e Jardim-de-Infância, proporcionará às crianças um ambiente de aprendizagem activa tendo em conta espaços e recursos altamente qualificados e funcionais, fáceis de utilizar e esteticamente atraentes. Tem como objectivo a promoção do desenvolvimento da criança dos 0 aos 6 anos e, através do seu conceito inovador, proporcionar um local acolhedor baseado num ambiente familiar, fundamental para um desenvolvimento optimizado dos bebés e das crianças mais velhas.
“A afectividade é o motor ou o travão da inteligência” (Piaget). Queremos proporcionar às crianças espaços de bem-estar e segurança que despertem a sua curiosidade e espírito crítico. Colaboraremos com a família na despistagem precoce de inadaptações ou deficiências, num espaço privilegiado, com uma forte componente de liberdade e ligação à natureza.
Adoptado como um método de trabalho, a implementação do Projecto Educativo requer a participação de cada membro da equipa educativa que contribui segundo as suas capacidades e conhecimentos, com o objectivo de realizar um trabalho conjunto, decidido, planificado e organizado de comum acordo, de forma a ser levado a cabo pela motivação intrínseca dos seus intervenientes.
O Projecto é orientado para a resolução de um problema. Este deve obedecer a certas características: ser Global, tendo em conta todos os procedimentos que intervêm no Projecto Educativo; ser Fundamentado em bases científicas; ser Colectivo, implicando todos os intervenientes nesse Projecto (pais, crianças, educadores, funcionários e instituições/parceiros envolvidos); ser Explícito, devendo definir claramente as linhas básicas que inspiram o Projecto e que são partilhadas por todos; ser Educativo.
O Projecto Educativo tem como finalidade praticar competências sociais, tais como a comunicação, o trabalho em equipa, a gestão de conflitos, a tomada de decisões e a avaliação de processos. Servirá para aprender fazendo, ligar a teoria à prática e proporcionar a interdisciplinaridade sobre uma base estruturada, isto é, no âmbito do projecto. A realização de múltiplas aprendizagens, desenvolvimento das capacidades e a resolução de problemas, partindo das situações e dos recursos existentes, são uma realidade para o grupo de crianças mas também para os adultos intervenientes.
O movimento de educação progressista, associado ao pensamento de John Dewey (1859-1952), defende o experimentalismo e apela a atender aos interesses das crianças, a preocupação de ligar a educação a objectivos pragmáticos e práticos e o reconhecimento de diferenças, gostos e necessidades individuais no ritmo de aprendizagem de cada criança.
O Projecto Educativo é um documento que orienta a acção educativa e esclarece o significado das actividades, diagnosticando os problemas reais e os seus contextos mas que exige a participação crítica e criativa de crianças e adultos envolvidos. Através do Projecto Educativo podem ser previstos e identificados os recursos adicionais necessários e também o quê avaliar, para quê, como e quando avaliar.
Os adultos intervenientes estão implicados na criação de relações e disponibilização de materiais que favoreçam e contribuam para a realização de uma obra vivenciada, numa escola actuante e democrática que considera a família como agente educativo primordial do processo educativo, tendo em vista o crescimento da criança na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.
O projecto educativo assume, assim, um papel preponderante servindo como eixo de referência, orientação e divulgação da nossa postura como instituição e como profissionais de educação. O projecto como ideia para uma transformação do real e sua concretização não se pode esgotar em “estéticas relações de boas intenções” (Escudero Muñoz, 1988:87). Embora se situe na charneira de dois pólos: intenção e programação, ou seja, o da utopia, sonhos e intenções e o da programação dos meios de pôr coerentemente em acção. Pode definir-se como um contrato que compromete e vincula todos os membros da comunidade educativa numa finalidade comum, sendo o resultado de um consenso a que se chega depois de uma análise de dados, necessidades e expectativas. Ele é aberto e dinâmico, de forma a permitir apropriações e adequações às realidades onde é proposto e será desenvolvido – como resposta à diversidade cultural (e outras) da população que serve.
Para a elaboração deste documento houve que reflectir sobre as características do meio envolvente, tendo consciência da forma como o meio influencia todo o sistema de desenvolvimento/aprendizagem de cada grupo de crianças.
O Espaço Morangos® Monte Burgos localiza-se na freguesia de Ramalde e a centralidade da sua localização permitirá uma excelente acessibilidade das famílias a este serviço.
Os sectores terciário e secundário registaram acréscimos significativos no Concelho do Porto, sendo o primeiro, nomeadamente a prestação de serviços públicos ou privados, aquele que emprega grande parte da população (cerca de 67,2%) constituindo-se também nas formas de emprego mais frequente das famílias residentes. Os horários de algumas das actividades laborais das famílias são mais alargados e a prestação do trabalho em turnos reafirma a necessidade de assegurar o bem-estar e segurança dos seus filhos durante o período laboral.
Para a elaboração deste documento houve que reflectir sobre as características do meio envolvente, tendo consciência da forma como o meio influencia todo o sistema de desenvolvimento/aprendizagem das nossas crianças.
Caracterização do Meio
Situação Geográfica do Porto
O Porto é uma cidade portuguesa situada no noroeste da Península Ibérica, sede do município homónimo com 41,66 km² de área, tendo uma população de 216 080 habitantes (2008)[1]. A cidade é considerada uma cidade global gama, sendo a capital do Distrito de Porto, da Área Metropolitana do Porto e da região estatística do Norte, sub-região do Grande Porto. A cidade metrópole, constituída pelos municípios adjacentes que formam entre si um único aglomerado urbano, conta com cerca de 1 394 046 habitante, o que a torna a maior do noroeste peninsular e a segunda maior de Portugal, após a Grande Lisboa. É assim o centro de uma grande área metropolitana com cerca de 1,4 milhões de habitantes.
A cidade do Porto é conhecida como a Cidade Invicta. É a cidade que deu o nome a Portugal – desde muito cedo (c. 200 a.C.), quando se designava de Portus Cale, vindo mais tarde a tornar-se a capital do Condado Portucalense. É ainda uma cidade conhecida mundialmente pelo seu vinho, pelas suas pontes e arquitectura contemporânea e antiga, o seu centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO.
Rede Transportes/Comunicação
O transporte público na cidade do Porto remota ao ano de 1872, altura em que a Companhia Carril Americano do Porto foi pioneira ao iniciar a sua exploração em Portugal. Um ano depois é criada a Companhia Carris de Ferro do Porto. A fusão das duas empresas dará origem à Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) que toma a actual designação em 1946. A STCP tem a seu cargo a exploração dos autocarros e as linhas de eléctrico que resistiram da época de ouro destes transportes, estando hoje troços em reabilitação na baixa portuense.
A exploração da rede de metropolitano é efectuada pela empresa do Metro do Porto que ao todo possuiu 68 estações distribuídas por 60,0 km de linhas comerciais em via dupla, com 8 km da rede enterrada, dispostas pela metrópole do Porto, tornando-se assim na maior rede metropolitana de transporte público de massas em Portugal. O Funicular dos Guindais, operado pela Metro do Porto, é um caminho de ferro numa escarpa que liga, de forma rápida, a zona da Batalha à Avenida Gustavo Eiffel, na Ribeira. A cidade dispõe ainda de uma rede ferroviária suburbana explorada pela CP: linhas de Aveiro, Braga, Guimarães e Penafiel ou Caíde.
O Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro (OPO), depois de radicalmente reconstruído, depressa se tornou no segundo aeroporto português com maior tráfego aéreo e com zona de influência que se alastra pelo o noroeste da Península Ibérica, sendo hoje um aeroporto funcional e de arquitectura contemporânea com capacidade para receber até 16 milhões de passageiros por ano, considerado por diversas entidades internacionais como o melhor da Europa na sua categoria.
Outros pontos de destaque são o aumento do Porto de Leixões, situado no concelho vizinho de Matosinhos, que duplicará a possibilidade de carga, e trará vários cruzeiros de luxo ao Porto, ou mesmo os estudos científicos realizados na cidade que já deram cartas na história da Ciência Mundial.
A necessidade de haver uma travessia permanente entre as duas margens do Douro para circulação de pessoas e mercadorias, levou à construção da Ponte das Barcas em 1806, anteriormente a travessia do rio fazia-se com recursos a barcos, jangadas, barcaças ou batelões. A ponte era constituída por 20 barcas ligadas por cabos de aço e que podia abrir em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial. O aumento do tráfego exigiu a construção de uma ponte permanente o que levou à construção da Ponte pênsil em 1843, desmantelada anos mais tarde após a abertura da Ponte Luís I em 1886, a ponta mais antiga da cidade que permanece em actividade. Com os seus dois tabuleiros - o inferior e o superior - servia primitivamente como ligação rodoviária entre as zonas baixa e alta de Vila Nova de Gaia e do Porto e, de uma forma mais geral, entre o norte e o sul do país, durante largas décadas. A partir da segunda metade do século XX, no entanto, começou a revelar-se insuficiente para assegurar o trânsito automóvel entre as duas margens, tendo sido substituída por outras pontes e após adaptação o tabuleiro superior passou a ser utilizado pelo Metro do Porto.
A Ponte Maria Pia, construída entre Janeiro de 1876 e 4 de Novembro de 1877 pela empresa de Gustave Eiffel, foi a primeira ponte ferroviária a unir as duas margens do Douro. Dotada de uma só linha, o que obrigava à passagem de uma composição de cada vez, a uma velocidade que não podia ultrapassar os 20 km/h e com cargas limitadas, no último quartel do século XX tornou-se evidente que a ponte já não respondia de forma satisfatória às necessidades. O que levou a que fosse desactivada e substituída pela Ponte de São João em 1991.
A Ponte da Arrábida tinha à data da construção o maior arco do mundo em betão armado, e constitui o tramo final da auto-estrada A1 que liga Lisboa ao Porto. Inicialmente a ponte tinha duas vias de trânsito com 8 m cada, separadas por uma via sobrelevada de 2 m de largura; duas pistas para ciclistas de 1,70 m cada e dois passeios marginais de 1,50 m de largura, também sobrelevados. Mais tarde, foram acrescentadas uma via de trânsito em cada sentido, construídas à custa da eliminação das pistas para ciclistas e da redução do separador central. Apesar da construção da Ponte do Freixo, mais a montante, a Ponte de Arrábida continua a ser a principal ligação entre a cidade do Porto e a margem sul do Douro.
Das pontes que ligam o Porto a Vila Nova de Gaia, a Ponte do Freixo é a que está mais a montante do rio. Foi construída na tentativa de minimizar os congestionamentos ao trânsito automóvel vividos nas Pontes da Arrábida e de Dom Luís, particularmente notórios desde finais da década de 1980. Trata-se, na verdade, de duas pontes construídas lado a lado e afastadas 10 cm uma da outra. É uma ponte rodoviária com oito vias de trânsito (quatro em cada sentido).
A Ponte do Infante, baptizada em honra do portuense Infante D. Henrique, é a mais recente que liga Porto e Gaia. Foi construída para substituir o tabuleiro superior da Ponte Dom Luís, entretanto convertida para uso da "Linha Amarela" (Hospital de São João/D. João II) do Metro do Porto. Foi construída pouco a montante da Ponte de Dom Luís, em plena zona histórica, ligando o bairro das Fontainhas (Porto) à Serra do Pilar (Vila Nova de Gaia).
Registo Histórico
Tem origem num povoado pré-romano. Na época romana designava-se Cale ou Portus Cale, sendo a origem do nome de Portugal. No ano de 868, Vímara Peres, fundador da terra portugalense, teve uma importante contribuição na conquista do território aos Mouros, restaurando assim a cidade de Portucale.
Em 1111, D. Teresa, mãe do futuro primeiro rei de Portugal, concedeu ao bispo D. Hugo o couto do Porto. Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora. Daí o facto de o Porto ser também conhecido por "cidade da Virgem", epítetos a que se devem juntar os de "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta", que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos séculos e na sequência de feitos valorosos dos seus habitantes, e que foram ratificados por decreto de D. Maria II de Portugal.
Foi dentro dos seus muros que se efectuou o casamento do rei D. João I com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre. A cidade orgulha-se de ter sido o berço do infante D. Henrique, o navegador.
Devido aos sacrifícios que fizeram para apoiar a preparação da armada que partiu, em 1415, para a conquista de Ceuta, tendo a população do Porto oferecido aos expedicionários toda a carne disponível, ficando apenas com as tripas para a alimentação, tendo com elas confeccionado um prato saboroso que hoje é menu obrigatório em qualquer restaurante. Os naturais do Porto ganharam a alcunha de "tripeiros", uma expressão mais carinhosa que pejorativa. É também esta a razão pela qual o prato tradicional da cidade ainda é, hoje em dia, as "Tripas à moda do Porto". Existe uma confraria especialmente dedicada a este prato típico .
Desempenhou um papel fundamental na defesa dos ideais do liberalismo nas batalhas do século XIX. Aliás, a coragem com que suportou o cerco das tropas miguelistas durante a guerra civil de 1832-34 e os feitos valerosos cometidos pelos seus habitantes — o famoso Cerco do Porto — valeram-lhe mesmo a atribuição, pela rainha D. Maria II, do título — único entre as demais cidades de Portugal — de Invicta Cidade do Porto (ainda hoje presente no listel das suas armas), donde o epíteto com que é frequentemente mencionada por antonomásia - a «Invicta». Alberga numa das suas muitas igrejas - a da Lapa - o coração de D. Pedro IV de Portugal, que o ofereceu à população da cidade em homenagem ao contributo dado pelos seus habitantes à causa liberal.
Descrição das Freguesias e Demografia
O concelho da Porto faz parte da Área Metropolitana do Porto, composta pelos municípios do Porto, Arouca, Espinho, Gondomar, Matosinhos, Maia, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, S. João da Madeira, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. A cidade do Porto é sede de município com 41,66 km² de área, tendo uma população de 216 080 habitantes, subdividido em dezassete freguesias:
- Aldoar
- Bonfim
- Campanhã
- Cedofeita
- Foz do Douro
- Lordelo do Ouro
- Massarelos
- Miragaia
- Nevogilde
- Paranhos
- Ramalde
- Santo Ildefonso
- São Nicolau
- Sé
- Vitória
A evolução da população do concelho do Porto pode ser verificada no seguinte quadro:
1838
|
1864
|
1878
|
1890
|
1900
|
1911
|
1920
|
1930
|
1950
|
1960
|
1970
|
1981
|
1991
|
2001
|
59.3
|
86.7
|
105.8
|
146.7
|
167.9
|
194.0
|
203.0
|
232.2
|
281.4
|
303.4
|
306.1
|
327.3
|
302.4
|
262.9
|
Analisando os dados por freguesia, nota-se que no período 1981-91 perdem povoação as zonas mais antigas da cidade; tanto a cidade velha, com prédios e habitação mais degradada (Sé, S.Nicolau, Vitoria e Miragaia),
como a cidade central onde o tráfego e a procura de solo é mais adequada para escritórios ou comércio (Bonfim, Sto. Ildefonso , Cedofeita e Massarelos). Pelo contrário todas as demais freguesias registam um aumento de povoação, em alguns casos espectacular (Ramalde, Lordelo, Aldoar, Campanha). Nos últimos dez anos, para além de continuarem a perder povoaçao as zonas centrais da cidade, as demais freguesias não só não aumentam (só Ramalde) senão que registam descidas da sua povoação, embora pequenas em número (com a excepção de Campanhã
com mais de 10.000 residentes perdidos).
Ocupando-nos das freguesias mais significativas no âmbito deste documento, ou seja, aquelas que ocupam o perímetro urbano do concelho, faremos delas uma breve descrição:
Freguesia de Ramalde
- A freguesia de S. Salvador de Ramalde é mencionada pela primeira vez com o nome arcaico de Rianhaldy, nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258. Porém, já aparece citada anteriormente, como lugar, num documento de 1222 em que a rainha D. Mafalda faz uma doação ao Mosteiro de Arouca.
A origem e crescimento do povoado de Rianhaldy perde-se nos tempos, antes da fundação da monarquia portuguesa, provavelmente entre 920 e 944, data em que chegaram ao território os monges de S. Bento. Assim começaria a história do julgado de Bouças e do seu antiquíssimo mosteiro beneditino. Este território pertenceu ao Padroado Real de D. Sancho I que depois o doou, em 1196, a sua filha D. Mafalda.
Na época de D. Sancho II o território denominava-se Ramunhaldy e era constituído por cinco lugares: Francos, Requezendi, Ramuhaldi Jusão e Ramuhaldi Susão (actualmente Ramalde do Meio).
Entre 1230 e 1835 pertenceu ao concelho de Bouças, o qual integrava também S. Mamede de Infesta, Matosinhos, Foz do Douro e um conjunto de vinte povoações. Em 1895 foi integrado no concelho do Porto, como freguesia. Os seus limites eram assim definidos: a Norte o concelho de Matosinhos (Bouças); a Sul Lordelo do Ouro; a levante Paranhos e Cedofeita e a poente Aldoar.
É muito difícil caracterizar demograficamente com precisão esta freguesia no período anterior aos finais do século XIX. No entanto, pode dizer-se que em épocas anteriores Ramalde comportava uma população considerável, pois em 1757 possuía 407 fogos e em 1855 cerca de 600 fogos. Por outro lado, o forte crescimento da natalidade e a baixa taxa de mortalidade indiciam um incremento populacional. No período que medeia entre os finais do século XIX até 1991, e devido à recolha de dados do "Census", já é possível fazer uma análise mais rigorosa da evolução demográfica.
Temos, assim, dois períodos: até aos finais do século XIX, fase que se caracteriza pela inexistência de "Census", e a partir dos finais do século XIX até à actualidade em que já existem "Census" para o estudo dessa evolução. Entre 1864 e 1981, S. Salvador de Ramalde manteve sempre um crescimento populacional positivo, sendo até muito elevado em certos períodos. No entanto, os "Census" preliminares de 1991 apontam, pela primeira vez, para uma taxa de crescimento populacional negativa.
Freguesia de Aldoar
– Aldoar é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 2,36 km² de área e 13 957 habitantes (2001). Densidade: 5 914,0 hab/km².
Aldoar tem origens remotas, anteriores aos Romanos, provavelmente num castro ou povoado galaico. Noutros tempos, esta povoação estava a meio caminho entre o Porto e Bouças, que é a nossa actual Matosinhos. Por aqui passava a estrada que saía do Porto e chegava a Bouças, e que hoje desapareceu, encoberta em parte pela rua da Vilarinha. Aldoar era então atravessada por vários regatos e ribeiros, a maioria dos quais entroncava num ribeiro, a Ribeira de Aldoar, que corria pela actual Avenida da Boavista indo desaguar ao mar, junto ao Castelo do Queijo.
A vila de Aldoar era muito campestre, uma vila de quintas, cuja principal ocupação era a terra, e era de Aldoar que saiam muitos dos produtos hortículas que depois eram vendidos no Porto, para matar a fome dos portuenses. Mas a cidade veio-se expandindo, e a aldeiazinha desapareceu, sendo incluída oficialmente na cidade do Porto a 21 de Novembro de 1895. Desde então, tornou-se parte da malha urbana da cidade. O urbanismo foi incrementado com novas zonas habitacionais e transportes.
Actualmente, a freguesia mistura o mundo rural com o urbano. Tem crescido muito a todos os níveis, e mostra progressos. A nível de equipamentos,o Hospital Psiquiátrico Magalhães Lemos e o Parque da Cidade, dos mais bonitos espaços verdes do Porto,e o maior Parque Urbano da Europa.
Freguesia do Bonfim
- Bonfim é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 3,05 km² de área e 28 578 habitantes (2001). Densidade: 9 369,8 hab/km².A freguesia do Bonfim tem cerca de 35 mil habitantes e é a mais recente freguesia do Porto, surgindo do desmembramento das freguesias de Santo Ildefonso, Campanhã e Sé. Foi uma freguesia industrial e ainda se podem encontrar as antigas fábricas da freguesia, fechadas na sua maioria. As suas actividades económicas actuais são o comércio, a banca e o sector dos serviços. Com a chegada do Metro do Porto a freguesia alarga a sua rede viária e acessos.
Freguesia da Campanhã
- Campanhã é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 8,13 km² de área e 38 757 habitantes (2001). Densidade: 4 767,2 hab/km².
Foi vila e sede de concelho até 1836. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 3 967 habitantes.
Rico em recursos hídricos, com um solo extremamente fértil e uma posição geográfica privilegiada, o vale de Campanhã ofereceu desde sempre condições muito favoráveis á fixação de populações. Não admira, por isso, que a presença humana nesta área esteja documentada desde os períodos mais recuados da Pré-História. Certos traços da toponímia demonstram que a zona de Campanhã terá sido habitada ainda durante o período dos grandes monumentos megalíticos (III e II milénios a.C.). Mas alguns vestígios encontrados junto ao Esteiro de Campanhã e atribuídos ao Paleolítico, indicam que a ocupação do vale poderá ser anterior.
Na idade do Ferro terá existido um castro na zona de Noeda - o castro de Noeda – próximo da confluência do rio Tinto e do rio Torto. A presença romana, por sua vez, fez-se sentir de forma intensa em toda a área circundante ao vale, sendo, por isso, quase certo que aqui também venham a surgir testemunhos materiais dessa presença. Em todo o caso, a influência romana é um dado evidente e traduz-se, desde logo, no próprio topónimo "Campanhã", de origem latina.
A referência mais antiga que se conhece relacionada com Campanhã surge num documento datado de 994. Onde se lê, pela primeira vez a expressão "ribulum campaniana " - rio de campanhã (o actual rio Torto). Mas no século XI Campanhã já ocorre na documentação coeva como sendo a sede de uma "villa" relativamente importante, a "villa campaniana", uma propriedade rural de tradição romana, cujas origens se perdem no século IV. Esta "villa campaniana", domínio de uma velha família nobre, incluía grande parte das actuais freguesias de Campanhã, Rio Tinto e Valbom, e acolhia ainda o Mosteiro Santa Maria de Campanhã, a mais antiga instituição religiosa local.
O ano de 1120 marca, entretanto, o início de um novo ciclo histórico que se revelou decisivo, não apenas para todo o burgo portuense. Nesse ano, D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, doa o território do ao bispo D. Hugo, passando o burgo a ser administrado directamente pela Sé Portocalense. Ora uma parte importante do vale é incluída na doação, formando a partir daí o limite oriental do couto, mais tarde denominado "termo velho" da cidade, pelo que gozava de todos os privilégios e honras concedidos aos habitantes do burgo. Campanhã surge assim dividida, grosso modo, em duas partes distintas: a área ocidental, mais próxima do centro do burgo e situada dentro dos limites do couto, e a parte oriental, pertencente ao "senhor rei"e formando, por isso, um reguengo. Esta divisão institucional definida em 1120 e confirmada pelas inquirições de D. Afonso III, em 1528, não conhecerá alterações significativas até ao século XIX. A Igreja de Campanhã assegurava a ligação, não apenas simbólica, mas também social e cultural entre as duas partes.
Com o seu estatuto administrativo perfeitamente definido. Campanhã assiste nos séculos finais da Idade Média a uma expansão muito significativa da sua área cultivada, acompanhada de um crescimento bastante expressivo da população. Beneficiando das suas imensas riquezas naturais, o vale converte-se lentamente numa importante reserva agrícola do burgo, cuja principal função é abastecer a cidade de géneros alimentares básicos. Esta especialização económica desenvolve-se e aprofunda-se ao longo da Idade Moderna, prosseguindo praticamente inalterada até ao limiar do nosso século. O tráfico de bens agrícolas com as zonas mais urbanizadas da cidade intensifica-se a partir dos séculos XV e XVI, multiplicando os rendimentos dos proprietários das terras e dando origem a numerosos conflitos jurídicos entre si, a propósito dos limites e direitos associados a cada domínio.
Em todo o caso, ainda que a agricultura representasse a actividade mais importante, a população de Campanhã, que tinha crescido de 1381 habitantes em 1687 para 2169 em meados do século XVIII, não era composto apenas por camponeses. Nas Memórias Paroquiais de 1758 destacam-se ainda mais dois grupos profissionais: os pescadores, concentrados sobretudo junto das margens do rio Douro e gozando de isenções fiscais desde 1593, e os moleiros, que no seu conjunto detinham 76 rodas de moinhos, distribuídas ao longo dos numerosos cursos de água que percorriam o vale.
Durante o século XVIII esta marca agrícola do vale assume novas expressões. Surgem as quintas e os solares de "ir a ares", isto é, de veraneio das grandes famílias burguesas e nobres da cidade do Porto. As quintas do Freixo, de Bonjóia, da Revolta, de Furamontes e de Vila Meã são alguns casos bem representativos do luxo e do requinte arquitectónico que caracterizavam estes solares. A sua presença imprimiu um carácter muito próprio à paisagem e identidade do vale.
Com o século XIX chega o tempo das destruições provocadas pela guerra. Primeiro com as invasões napoleónicas, logo no dealbar da centúria, que deixaram um rasto de devastação bem patente no saque da Igreja de Campanhã, perpetrado em 1809. E, depois, com a guerra civil(1832-34) e o célebre Cerco do Porto, que durou de Julho de 1832 a Agosto do ano seguinte. Durante o período que durou o cerco, o vale foi palco de numerosos confrontos entre liberais e absolutistas. O balanço trágico das perdas incluiu, segundo relatos da época, árvores derrubadas, campos incendiados, casas e muros demolidos danos irreparáveis em equipamentos industriais.
Mas o século XIX, apesar das dificuldades das primeiras décadas, representa também um período de crescimento e prosperidade. O vale conhece então um aumento muito significativo da população e uma rápida ampliação da sua estrutura industrial. Assim, a par das indústrias tradicionais, como a moagem e a tecelagem, que registam um forte desenvolvimento, surgem novos investimentos e diversificam-se, cada vez mais, os ramos de actividade. Um pouco por todo o vale aparecem fábricas e oficinas que se dedicam à marcenaria, à produção de cal ao fabrico de fósforos de cera, palitos trabalhos em filigrana, à destilaria, à saboaria e ainda aos curtumes.
Este desenvolvimento industrial deve-se em grande parte, á expansão dos meios de transporte, em especial do caminho-de-ferro. Em 1875 já era possível viajar de comboio desde Campanhã (Estação sucursal de São Roque da Lameira) até Braga, através da Linha do Minho, ou até Penafiel, através da Linha do Douro. Em 1877 são inauguradas a ponte Maria Pia e a Estação de Campanhã, construída na zona da Quinta do Pinheiro. O alargamento da oferta de meios de transporte e a construção da estação promoveram a deslocação de grandes quantidades de mão-de-obra do interior do pais para o Porto e, sobretudo, para Campanhã e para o seu vale. A grande disponibilidade de mão–de-obra favoreceu, por sua vez, a implantação de novas fábricas, sobretudo nas proximidades da estação, num movimento contínuo ao longo de todo o século XIX e das primeiras décadas do século XX. Por outro lado, a crescente afluência de pessoas a Campanhã conduziu a um redesenhar das estruturas de alojamento. Face ao seu reduzido poder de compra, os operários concentram-se em "ilhas " e "pátios," dois tipos de construção que se transformaram numa das marcas mais importantes da paisagem física e social do vale.
Este quadro poucas mudanças sofreu até às décadas de 50 e 60 deste século. Por essa época, intensifica-se a tendência de expansão da cidade para oriente. O vale converte-se numa das zonas preferenciais para a construção de bairros de iniciativa camarária. A sua população regista então um acréscimo extraordinário. Ao mesmo tempo assiste-se à diminuição do papel da indústria como principal actividade económica, substituída progressivamente pelas áreas ligadas aos serviços. Hoje, Campanhã continua repartida entre o seu passado de tradição rural, que ainda permanece vivo na paisagem e em muitos aspectos do quotidiano, e os traços cada vez mais visíveis da modernidade.
Freguesia de Cedofeita
- Cedofeita é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 2,66 km² de área e 24 784 habitantes (2001). Densidade: 9 317,3 hab/km².
Dos estudos realizados, tudo aponta para que as origens da freguesia, estejam associadas ao primitivo povoado que nasceu, se desenvolveu e prosperou à sombra tutelar da velhinha igreja românica, que ainda hoje existe no Largo do Priorado e que pertenceu a um convento de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.
O templo é, de facto, muito antigo. A sua construção é anterior à da própria Sé Catedral. Provavelmente trata-se da mais antiga igreja do Porto. Mais: com toda a probabilidade a velhinha igreja de Cedofeita já era gente, há muitos séculos, e Portugal ainda nem sequer existia politicamente.
Aqui ocorreu a conversão em massa do povo Suevo,anos antes dos Francos,com Clóvis.
Diz quem sabe destas coisas que a Norte do Douro a igreja românica de Cedofeita é o único monumento do género que nos ficou do período medievo.
Freguesia da Foz do Douro
- Foz do Douro, popularmente também conhecida por Foz Velha, é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 3,00 km² de área e 12 235 habitantes (2001). Densidade: 4 078,3 hab/km². No entanto, é conhecida por apenas Foz toda a zona do Porto Ocidental, que inclui as freguesias da Foz do Douro e Nevogilde, e ainda partes pequenas de Lordelo do Ouro, Aldoar e até Monte Burgos.
Foi vila e sede de concelho, com uma única freguesia, por três anos, até 1836. Tinha, em 1801, 2 429 habitantes.
A Foz do Douro é uma zona interclassista, sendo, no entanto, mais conhecida por ser uma zona habitada pela classe alta da cidade. O seu passeio marítimo, salpicado de esplanadas, bares e jardins à beira-mar fazem desta zona, uma da mais procuradas dentro do Porto.
No seu património, realce para as primeiras manifestações em Portugal da arquitectura da Renascença, com a capela-farol de S. Miguel-o-Anjo, na Cantareira, e o palácio e Igreja, intra-muros do Forte de São João Baptista da Foz, obras mandadas construir pelo Bispo D. Miguel da Silva, em 1527, com a participação do arquitecto-escultor Francisco de Cremona. A Igreja Matriz e o citado forte (ambos do século XVII) são também de assinalar. Entre as encostas do Monte da Luz e a do Monte, descendo até à Cantareira, existe um aglomerado urbano rico que, em importância, segue logo o do centro histórico da cidade.
Raul Brandão nasceu aqui. Aqui viveram ou vivem a escultora Irene Vilar e os escritores António Rebordão Navarro, Vasco Graça Moura, Eugénio de Andrade e Antero de Figueiredo, entre muitas outras personalidades da nossa cultura. Sobre a Foz, muitas páginas foram escritas por, para além dos citados, Agustina Bessa Luís, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, e outros, assim como vários artistas utilizaram os seus motivos para obras de arte: Vieira da Silva, Alvarez, António Carneiro, Armando Alves, etc.
Freguesia de Lordelo do Ouro
- é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 3,40 km² de área e 22 212 habitantes (2001). Densidade: 6 532,9 hab/km2.
O brasão de Lordelo do Ouro relata a história desta pequena e linda freguesia: as ferramentas de marcenaria simbolizam os estaleiros ribeirinhos onde se construíram os barcos na época dos Descobrimentos Marítimos, o fundo dourado relembra os carregamentos de ouro de África e Brasil que eram ali descarregados, junto com os três símbolos da roda dentada (indústria), a roda das navalhas (o suplício de Santa Catarina) e a Ponte da Arrábida, sobre as ondas do Rio Douro.
Lordelo do Ouro oferece margens amenas que, quando o Porto era uma pequena cidade na Ribeira, constituía o primeiro porto ribeirinho aos barcos que entravam a barra do Douro. Era por isso escolhida como estaleiro e local de comércio, e a colina cimeira fornecia um excelente ponto de observação bem como um marco para navegação marítima, onde mais tarde se erigiria a capela de Santa Catarina em 1395.
Foi nestes estaleiros que os portuenses construíram a pequena armada que foi tentar quebrar o cerco a Lisboa durante o Interregno de 1383-1385; Nun'Álvares Pereira deveria ter seguido com a armada, mas os cavaleiros do Porto invejavam o seu sucesso militar e decidiram largar antes que chegasse. O resultado está registado na História: sem vento favorável para uma emboscada, os barcos do Mestre de Aviz mal saíram do porto de Lisboa, e os barcos idos do Porto pouco mais puderam fazer que criar uma escaramuça e fugir, perante a supremacia naval Castelhana. Enquanto isso, Nun'Álvares Pereira cavalgava ferozmente chegando a tempo de lançar o terror nas hostes castelhanas em terra, antes de se retirar para campos mais pacíficos. O golpe não terminou com o Cerco, mas foi uma vitória moral que traria frutos mais tarde.
Anos mais tarde, os mesmos estaleiros veriam nascer as naus que levariam o exército de D. João I e um idoso Nun'Álvares Pereira até Ceuta para a primeira conquista de território em África.
Chegado o Século XIX, e com a popularização das férias e dos banhos de mar, a cidade desenvolve-se para a Foz, reduzindo Lordelo do Ouro a local de passagem. É assim que chegamos ao Século XX e Lordelo do Ouro mantém o seu aspecto bucólico, de jardins e quintas, onde a vida se revelaria amarga e trabalhosa durante os tempos do Fascismo e do Pós-Guerra. Reduzida a meia dúzia de ruas que desciam da Boavista em direcção ao rio, os movimentos sociais da década de 70 escolheriam Lordelo do Ouro como local privilegiado para a expansão imobiliária e para a construção de bairros sociais, que para sempre transfigurariam a freguesia de Lordelo do Ouro.
Freguesia de Massarelos
- Massarelos é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, integrada na Zona Histórica do Porto, com 1,94 km² de área e 7756 habitantes (2001). Densidade: 3997,9 hab/km².
Freguesia de Miragaia
- Miragaia é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 0,49 km² de área e 2 810 habitantes (2001). Densidade: 5 734,7 hab/km².
Miragaia, Vitória e São Nicolau são as três freguesias que integram o primitivo núcleo da cidade do Porto e que, juntamente com a freguesia da Sé - a primeira a ser constituída -, correspondem à cidade medieval delimitada, no século XIV, pelas Muralhas Fernandinas. A partir desse núcleo é que o Porto se desenvolveu, acompanhando as principais vias de comunicação, tanto ao longo da margem direita do rio Douro como para o interior.
No século XVIII, Miragaia constitui-se em bairro da cidade compreendendo as freguesias de São Pedro, Nossa Senhora da Boa Viagem e Cedofeita, mesmo período em que surgem outros bairros importantes como Sé, Vitória (intra-muros), Santo Ildefonso e Vila Nova.
Na sequência da industrialização em Portugal, na passagem do século XIX para o XX, as quatro freguesias que constituem o Centro Histórico do Porto atingem a sua máxima ocupação, em consequência da migração de populações do campo para a cidade. Ao mesmo tempo, com a saída das famílias burguesas para zonas mais próximas das novas vias de comunicação (como por exemplo, a do porto de Leixões e a da Circunvalação), assiste-se a uma crescente pauperização do núcleo histórico, pelo aluguer de quartos das antigas casas de família ao proletariado nas novas fábricas, e pela construção de imóveis de habitação estreitos, com até cinco pavimentos, para atender a esse mercado. Ao longo das décadas, esses fatores levaram a uma crescente degradação urbanística e a um acentuado declínio da qualidade de vida na região, nomeadamente nas décadas de 1960 e de 1970.
Após a Revolução dos Cravos em 1974, voltaram a cena as preocupações políticas com a revitalização urbana e também social da zona histórica, nomeadamente com a criação do "Comissariado para a Recuperação Urbana da área da Ribeira-Barredo" (CRUARB), que chegou mesmo a tornar-se num projecto municipal de intervenção, recentemente extinto.
Com a classificação do zona histórica do Porto como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO (1996) e com a realização da Cimeira Ibero-Americana (1998) na freguesia de Miragaia, fizeram-se sentir alguns avanços por parte do poder local nos processos de reabilitação do património edificado, embora não tenha se vislumbrado de uma forma mais ampla uma melhoria concreta das condições habitacionais nas freguesias que integram o núcleo histórico.
Freguesia de Nevogilde
- é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 2,00 km² de área e 5 257 habitantes (2001). Densidade: 2 628,5 hab/km². Caracteriza-se por ser uma freguesia marítima do Porto.
Freguesia de Paranhos
- Paranhos é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 6,67 km² de área e 48 686 habitantes (2001). Densidade: 7 299,3 hab/km².
Até 1837, o antigo couto de Paranhos, pertença da Igreja portucalense, fazia parte das Terras da Maia. Foi só a partir deste ano que passou a integrar o concelho do Porto.
Freguesia de Santo Ildefonso
- Santo Ildefonso é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 1,28 km² de área e 10 044 habitantes (2001). Densidade: 7 846,9 hab/km². Situada bem no centro do Porto,existiu aqui uma capela antiquíssima,derrubada após a implantação da República: a Capela dos Reis Magos, ou dos Gaiteiros (junto ao actual Teatro de S.João).
Nela se fazia uma grande festa de gaitas de foles, onde acorriam milhares de gaiteiros,ainda no principio do século XX.
Freguesia de São Nicolau
- São Nicolau é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 0,21 km² de área e 2 937 habitantes (2001). Densidade: 13 985,7 hab/km².
A freguesia de São Nicolau, com uma área de O, 21 quilómetros quadrados, ocupa o centro histórico da cidade do Porto, situando-se integralmente na Zona Histórica da Cidade, considerada Património Mundial.
O acesso à Freguesia faz-se pela Ponte D. Luís e por vários pontos da cidade, uma vez que se situa no coração da mesma.
Confronta com a freguesia da Vitória, a norte; com o rio Douro, a sul; com a freguesia da Sé, a nascente; e com Miragaia, a poente. A origem das actuais freguesias remonta às paróquias eclesiásticas. Ao longo dos séculos, a Igreja foi estruturando a sua acção, a partir dos pequenos núcleos populacionais de cariz rural, estabelecendo em torno deles as suas unidades de base: as paróquias eclesiásticas.
Na falta de níveis de organização da administração do Estado, disseminados pelo território, as paróquias eclesiásticas foram assumindo e realizando um conjunto de acções de natureza administrativa, fundamentalmente relacionadas com o estado civil dos cidadãos: registos de nascimento, registos de óbitos, assentos de casamento e administração dos cemitérios, entre outras.
A actividade das paróquias eclesiásticas, em domínio e funções da administração pública, manteve-se no foro da Igreja até 1830, quando, em pleno período liberal, as paróquias foram integradas num sistema administrativo do Estado, a par e em coincidência territorial com as paróquias eclesiásticas. Estas mantiveram as funções de administração eclesiástica, enquanto que, para as paróquias civis, passaram as funções de administração pública.
A criação desta Freguesia remonta ao século XVI.
Criada em 1583, a freguesia de São Nicolau afirmou-se rapidamente como o centro comercia! do Porto. Para tal, contribuiu a proximidade com o rio Douro, através do qual desciam até ao burgo, os produtos agrícolas. O pequeno comércio concentrava-se na área desta Freguesia. Em 1590, só na Praça da Ribeira, havia, de acordo com os dados fornecidos pelo investigador Ribeiro da Silva, sete regateiras de fruta e hortaliças, doze regateiras de peixe, seis lojas de azeite e uma pequena casa que fornecia comer.
Por ser o 'coração económico" da cidade do Porto, o labirinto de ruas, vielas, pátios e íngremes escadarias começaram a pulular de gente: mulheres com as mãos escamadas do peixe e marujos habituados às fainas fluviais conviviam em alegre, mas nem sempre pacífico frenesim, com os canastreiros, sapateiros, mercadores, sombreireiros e alfaiates que se instalaram nas casas alcandoradas da zona, entre santos protectores, ainda hoje fixados em nichos alumiados por lâmpadas de azeite.
Aliás, a religião polarizava as atenções da população, sempre militante nas procissões que enchiam a cidade, num cortejo hierarquicamente perfilado, em que cada um seguia na posição correspondente ao respectivo “status social”. Essa vertente religiosa pode verificar-se em monumentos, como as Igrejas de São Nicolau, de São Francisco, de São João Novo e dos Grilos.
A imagem de marca desta Freguesia é a presença do rio (com mais ou menos pontes) e da cascata de casas que descem sobre ele, em socalcos graníticos, desde a Sé e a Vitória, por entre ruas sinuosas e estreitas que, por terem a sua história, merecem que se recupere toda a sua dignidade, identidade e autenticidade, pois nelas repousa o melhor da memória colectiva de São Nicolau.
Actualmente, a Freguesia enfrenta graves problemas urbanos, que requerem medidas de acção rápidas e eficientes, a fim de evitar a ameaçadora delapidação do seu património cultural, social e humano. As casas a cair de podres; a ausência de espaços verdes; o esgaçar dos laços familiares provocado pela dependência da droga; o desleixo para com as crianças, que crescem por sua conta; e a situação precária de muitos idosos, abandonados pelos familiares à sua própria sorte, são alguns dos mais graves problemas com que São Nicolau se depara, causas e resultados da debandada populacional que afecta a (por quanto tempo ainda?) Freguesia mais densamente povoada da Região Norte.
Freguesia da Sé
- é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 0,48 km² de área e 4 751 habitantes (2001). Densidade: 9 897,9 hab/km². Que se demarca pela Sé Catedral do Porto.
A Catedral (Sé) da cidade do Porto, situada no coração do centro histórico, é um dos seus principais e mais antigos monumentos.
O início da sua construção data da primeira metade do século XII, e prolongou-se até ao princípio do século XIII. Esse primeiro edifício, em estilo românico, sofreu muitas alterações ao longo dos séculos. Da época românica datam o carácter geral da fachada com as torres e a bela rosácea, além do corpo da igreja de três naves coberto por abóbada de canhão. A abóbada da nave central è sustentada por arcobotantes, sendo a Sé do Porto um dos primeiros edifícios portugueses em que se utilizou esse elemento arquitectónico.
Na época gótica construiu-se a capela funerária de João Gordo (cerca de 1333), cavaleiro da Ordem dos Hospitalários e colaborador de D. Dinis, sepultado em um túmulo com jacente. Também da época gótica data o claustro (séc XIV-XV), construído no reinado de D. João I. Este rei casou-se com D. Filipa de Lencastre na Sé do Porto em 1387.
O exterior da Sé foi muito modificado na época barroca. Cerca de 1772 construiu-se um novo portal em substituição ao românico original. As balaustradas e cúpulas das torres também são barrocas. Cerca de 1736, o arquitecto italiano Nicolau Nasoni adicionou uma bela galilé barroca à fachada lateral da Sé.
À esquerda da capela-mor, encontra-se um magnífico altar de prata, construído na segunda metade do século XVII por vários artistas portugueses, salvo das tropas francesas em 1809 por meio de uma parede de gesso construída apressadamente. Ainda nesta área esquerda é especialmente notável a Imagem de Nossa Senhora de Vandoma (padroeira da cidade). No século XVII a capela-mor original românica (que era dotada de um deambulatório) foi substituída por uma maior em estilo barroco. O altar-mor, construído entre 1727-1729, é uma importante obra do barroco joanino, projectado por Santos Pacheco e esculpido por Miguel Francisco da Silva. As pinturas murais da capela-mor são de Nasoni.
O transepto sul dá acesso aos claustros do século XIV e à Capela de São Vicente. Uma graciosa escadaria do século XVIII de Nasoni conduz aos pisos superiores, onde os painéis de azulejos exibem a vida da Virgem e as Metamorfoses de Ovídio.
A sé integra três belos órgãos. Um deles, no coro-alto, marca em Portugal um período que dá início ao desenvolvimento organístico. Trata-se de um órgão do construtor Jann, o mesmo construtor do órgão da igreja da Lapa (Porto), ambos promovidos pelo esforço e iniciativa do Cónego Ferreira dos Santos.
Freguesia de Vitória
- Vitória é uma freguesia portuguesa do concelho do Porto, com 0,31 km² de área e 2 720 habitantes (2001). Densidade: 8 774,2 hab/km².
O primeiro presidente da junta de freguesia da Vitória pós-25 de Abril chamava-se Joaquim da Costa Pinheiro (1974-1980).
Actividades Económicas
As relações económicas do Porto com o vale do Douro estão bem documentadas desde a Idade Média. Nozes, frutos secos e azeite sustentaram um próspero comércio entre o Porto e a região. Do Porto, estes produtos eram exportados para mercados externos no Velho e no Novo Mundo. No entanto, o grande impulso ao desenvolvimento das relações comerciais inter-regionais veio da agro-indústria do Vinho do Porto. Esta actividade desenvolveu decididamente a relação de complementaridade entre o grande centro urbano do litoral e esta região de enorme potencial agrícola, particularmente vocacionada para a produção de vinhos fortificados de grande qualidade.
O desenvolvimento do Porto esteve sempre intimamente ligado com a margem sul do Douro, Vila Nova de Gaia, até 1834 parte integrante do seu termo, onde se estabeleceram as caves para envelhecimento dos vinhos finos do Alto Douro.
O Porto sempre rivalizou com Lisboa ao nível económico. A abastada classe de industriais da região criou, logo em meados do século XIX, a poderosa Associação Industrial Portuense, hoje Associação Empresarial de Portugal. A antiga Bolsa do Porto foi transformada na maior Bolsa de Derivados de Portugal, tendo-se fundido com a Bolsa de Lisboa criando a Bolsa de Valores de Lisboa e Porto. Em 2002, a BVLP acabou por se integrar na Euronext, em conjunto com bolsas da Bélgica, França, Países Baixos e Reino Unido. O edifício que albergou durante muito tempo a bolsa, o Palácio da Bolsa, sede da Associação Comercial do Porto, é hoje uma das principais atracções turísticas da cidades.
O Porto é sede do Jornal de Notícias, um dos diários de maior tiragem a nível nacional, e da Porto Editora, a maior empresa editora do país, conhecida pelos seus dicionários e livros escolares.
No Porto cruzam-se várias estradas e linhas de caminho-de-ferro que também contribuíram para tornar a cidade o principal centro comercial de toda a região nortenha. Apesar da progressiva terciarização do centro, a actividade industrial continua com grande relevância, laborando na sua cintura industrial fábricas de têxteis, calçado, metalomecânica, cerâmica, móveis, ourivesaria e outras actividades fabris, algumas ainda a nível artesanal.
Sendo a cidade mais importante da altamente industrializada zona do litoral norte de Portugal, muitos das mais importantes grupos económicos do país de diversos sectores – tais como a Altri, o grupo Amorim, o Banco BPI, a Bial, a EFACEC, a Frulact, a Lactogal, o Millennium bcp, a Porto Editora, a Sonae, a Unicer, o Azeite Serrata e a RAR – têm a sua sede social na cidade do Porto ou na Grande Área Metropolitana do Porto.
Património Histórico
O Centro Histórico do Porto constitui uma paisagem urbana de grande valor estético que testemunha um desenvolvimento urbano que remonta às épocas Romana, Medieval e dos Almadas (século XVIII). A sua ocupação humana, de acordo com o indiciado pelos vestígios arqueológicos existentes, remonta ao século VIII A.C.
A riqueza e a diversidade da arquitectura civil do Centro Histórico traduzem não só os valores culturais de épocas sucessivas: Romana, Gótica, Renascentista, Barroca, Neoclássica e Moderna como também a sua perfeita adaptação à estrutura social e geográfica da cidade, apresentando, desta forma, uma relação estável e coerente com o ambiente urbano e natural.
O tecido social e institucional da cidade garante a sua existência enquanto Centro Histórico habitado.
Tanto como cidade como realização do homem, o Centro Histórico do Porto constitui uma obra prima do génio criativo da humanidade. Interesses militares, comerciais, agrícolas e demográficos, convergiram aqui para abrigar uma população capaz de construir a cidade. O resultado é uma obra de arte única, de elevado valor estético. É um trabalho colectivo, que não foi realizado num determinado momento, mas o resultado de sucessivas contribuições. Um dos aspectos mais significativos da cidade do Porto, e em particular do seu Centro Histórico, é o seu valor panorâmico, fruto da complexidade do terreno, da articulação harmoniosa das suas ruas e do diálogo com o rio. Apesar da variedade de formas e materiais, o Centro Histórico do Porto conserva uma unidade estética visual. A cidade traduz, com êxito, uma interacção entre os ambientes social e geográfico.
O Porto oferece-nos uma valiosa lição de urbanismo. As intervenções planificadas e não planificadas dos diferentes períodos concentram-se nesta zona permitindo o estudo da concepção urbana das cidades da Europa Ocidental e Atlântico - Mediterrâneas, desde a Idade Média até à Revolução Industrial.
As ruelas tortuosas adaptadas à topografia medieval, as ruas rectilíneas e as pequenas praças da Renascença, as ruas que desembocam nos monumentos barrocos, a profusão de edifícios, aos quais foram sendo sucessivamente adicionados novos andares, e as novas construções fazem deste sítio um tecido urbano complexo.
Tradições, Festas, Feiras e Romarias
S. João do Porto
S. João tripeiro é uma grande manifestação de massas, eminentemente festiva, de puro cariz popular e que dura toda uma noite, com uma cidade inteira na rua, em alegre e fraterno convívio colectivo. Dos santos populares de Junho o dia 24 de Junho foi consagrado a São João Baptista por ser a data do seu nascimento sendo que é também o que mais se festeja na Europa – João, Joan, Jean, John, Iván, Sean, consoante o país onde a festa aconteça, mas apesar de ser o padroeiro de muitas terras, na noite de São João, a cidade do Porto é a que mais festeja!
Nas ruas os foliões passeiam o alho-porro, os martelos de plástico, compram manjerico e comem sardinha assada, aliás, é com uma boa sardinhada e um bom caldo verde que começa a farra! Fazer subir balões confeccionados com papéis de várias cores que passeiam no ar como sóis iluminados sob o impulso do fumo e o calor de uma chama que consome uma mecha de petróleo ou resina.
Cidreira, é esta poesia popular impregnada do espírito folião do povo que enche Junho no Porto e se expande do coração da gente, sobe ao ar como um fogo de artifício que ilumina a noitada.
Tudo começa na Ribeira, mas depois do Fogo de Artifício, todos os anos à meia-noite em ponto, a festa espalha-se pelos quatro cantos da cidade e só termina ao nascer do sol.
As rusgas de São João espalham-se de bairro em bairro, de freguesia em freguesia.
Nas ruas mais centrais que, nessa noite, até ao nascer do sol, registam invulgares enchentes de povo, aparecem à venda as ervas santas e plantas aromáticas com evidente predominância do manjerico, a planta símbolo por excelência desta festa; o alho-porro, os cravos e a erva-cidreira. E para espantar o cansaço vai-se parando nos bailaricos de bairro, salta-se a fogueira e pára-se nas tasquinhas que se espalham pela cidade!
E no Porto a festa tem como ponto de honra as Cascatas S. Joaninas (colocar a imagem do Santo num altar com o seu inseparável carneirinho e um sem fim de elementos que simbolizam o arraial) e que servem de disputa entre freguesias e bairros num concursos de beleza e homenagem
Manda a tradição que a festa culmine com um banho de mar na Foz!
E no dia do padroeiro o manjar tradicional é o anho ou cabrito assado com batatas assadas e arroz de forno.
A festa de São João dá inicio às festas do Verão, daí as fogueiras e todas as "loucuras" da noite deste santo popular.
Equipamentos do Concelho
Equipamentos Sociais
No concelho do Porto foram criadas infra-estruturas inovadoras para o desenvolvimento educativo, social, desportivo, cultural, económico e ambiental.
Actualmente existe uma significativa rede de escolas e Universidades públicas que abrangem todos os ciclos de escolaridade. Do ponto de vista social, a construção de habitação social de iniciativa Municipal, resultou da necessidade de responder no mais curto espaço de tempo, às carências habitacionais.
O concelho do Porto tem vindo progressivamente a aumentar o seu leque de oferta desportiva e cultural. A política ambiental seguida permitiu colocar o Município na linha da frente em termos de ambiente e qualidade de vida.
A cidade do Porto possui diversos espaços culturais de referência na região e a nível nacional.
Entre os diversos museus da cidade, destaca-se o Museu de Arte Contemporânea, um dos museus mais visitados do país, onde obras de arte de vários artistas contemporâneos são, também, expostas, ao lado da flora típica da região norte de Portugal no envolvente Parque de Serralves. A Casa do Infante, datada do século XIII e onde terá nascido o Infante D. Henrique, é actualmente museu medieval da cidade e arquivo distrital. Outras casas museu incluem a Casa-Museu Fernando de Castro, a Casa-Museu Guerra Junqueiro, Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio e a Casa-Oficina António Carneiro.
Inserido no edifício da Alfândega Nova, o Museu de Transportes e Comunicações tem como objectivo mostrar a história dos transportes e meios de comunicação. O Museu do Carro Eléctrico, instalado na antiga central termo eléctrica de Massarelos, dispõe de uma colecção carros eléctricos e atrelados que circulavam pela cidade. Anualmente, organiza um desfile de carros eléctricos do museu pelas ruas da cidade, entre Massarelos e o Passeio Alegre.
O Museu Nacional de Soares dos Reis, criado em 1833 por D. Pedro IV, inclui grande parte da obra do escultor. No Porto existem diversos museus temáticos, de referir: o Museu do Vinho do Porto, Museu da Indústria, Museu de História Natural, Museu do Papel Moeda, Gabinete de Numismática, Museu de Arte Sacra, Museu da Misericórdia, Museu Nacional da Imprensa, Jornais e Artes Gráficas, Centro Português de Fotografia, Museu Romântico da Quinta da Macieirinha, Museu Militar do Porto, Museu Nacional de Literatura e o Castelo do Queijo, célebre pelo seu miradouro, é onde se realizam várias exposições temporárias. O Porto acolhe ainda as fundações de António de Almeida, António Cupertino de Miranda, Ilídio Pinho e Guerra Junqueiro e Mesquita Carvalho.
Os auditórios culturais da cidade são na sua grande maioria construções do séculos XIX e XX. A construção mais arrojada e relevante dos últimos anos é a Casa da Música, uma obra de arquitectura que foi concebida para o evento Porto Capital da Cultura 2001 (Porto 2001) da autoria de Rem Koolhaas e aclamada internacionalmente. O Teatro Rivoli, o Teatro Nacional São João e o Teatro Sá da Bandeira são importantes salas de espectáculos, de relevo histórico e arquitectónico, localizados na Baixa do Porto. Na baixa da cidade localizam-se ainda outros auditórios, como o Coliseu do Porto e o Cine-Teatro Batalha, a mais marcante e histórica sala de cinema da cidade a que está ligada a expressão local "vai no Batalha!". Outros teatros incluem o Teatro do Campo Alegre e o Teatro Helena Sá e Costa, este último é palco dos talentos em formação na Escola de Música e Artes do Espectáculo do Porto.
Equipamentos Escolares
O concelho do Porto prima por ser o principal concelho do norte do país com maior oferta de rede escolar pública e privada, sendo distinguida pela localização de colégios e escolas de prestigio internacional.
A Freguesia de Ramalde tem nos últimos anos verificado um aumento substancial na população bem como nas infraestruturas escolares. O aumento de população em especial na faixa etária dos 20 aos 35 anos levou a uma modernização e investimento em recursos escolares e sociais na zona envolvente. De notar principais escolas de ensino pré-escolar na freguesia de Monte Burgos:
- Jardim de infância do Viso
- Jardim infantil das campinas
- Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Boavista
- Jardim de infância do patronato de Santa Maria de Ramalde
Na área de intervenção social pública tem-se assistido ao desenvolvimento de diferentes projectos de intervenção comunitária, como o “Programa Especial de Realojamento” (construção de habitações sociais), “Programa Ser Criança” e o “Programa Integrado de Educação e Formação” (combate ao abandono escolar precoce).
Caracterização do Espaço Creche e Jardim-de-Infância Morangos Monte Burgos
História
O conceito Morangos® teve a sua origem no ano de 1997 em Matosinhos. As responsáveis Alexandrina Augusto e Susana Nobre, lideraram o desenvolvimento do projecto, numa fase inicial na vertente de Academias (6 aos 12 anos) e posteriormente alargado a Creches (0-3 anos) e Jardim de Infância (3-6 anos). Após o desenvolvimento da Casa Mãe – que incluiu estudos de mercado, de viabilidade e o desenvolvimento do conceito, know-how necessário e metodologias – iniciou-se em 2002 a expansão das academias em Portugal através do franchising, contando actualmente com a presença em 35 localidades portuguesas, de norte a sul do país. Em meados de 2005 o conceito Morangos foi alargado de maneira a suprir as necessidades das famílias já clientes do Grupo, ou seja, o atendimento às crianças dos 0 aos 3 anos e dos 3 aos 6 anos de idade nas valências de Creche e Jardim-de-Infância respectivamente.
O Grupo Morangos é um projecto único na área da educação e serviços para crianças, sendo hoje uma marca reconhecida no mercado pela qualidade e atractividade para os seus alunos, pais, colaboradores e parceiros de negócios. Criada a pensar nos mais pequenos e nas suas famílias a Morangosâ está presente em todo o país com as suas Creches, Jardins-de-Infância, Academias, Parques Temáticos e mais recentemente com a Loja de Produtos Morangos®. Estes espaços encontram-se dotados das mais rigorosas normas de segurança e adequadas soluções de conforto, com a utilização de materiais exclusivos da marca Morangos.
O sistema de expansão territorial da Morangos® (Creche, Jardim-de-Infância, Academia, Parque Temático e Loja Morangos) desenvolve-se em modelo de franchising sendo cada unidade gerida de forma independente.
No espaço Morangos® Monte Burgos a gestão do estabelecimento será exercida pelos sócios-gerentes Ricardo Henriques e Iolanda Henriques, a componente lectiva terá a duração de 25 horas e a Coordenação Pedagógica será assumida por uma Educadora de Infância, simultaneamente educadora na Unidade Morangosâ Monte Burgos, 2 educadoras de infância, 4 técnicas de acção educativa e 1 auxiliar de serviços gerais neste primeiro ano lectivo de actividade 2011/2012.
Caracterização física da instituição
Localização
As instalações onde serão exercidas as actividades da Unidade Morangosâ Monte Burgos localizam-se na cidade do Porto, um dos concelhos mais industrializados do País. Tendo em conta o contexto socio-económico do meio em que se insere, a Unidade Morangosâ Monte Burgos elabora o seu projecto educativo que visa fundamentalmente a formação integral e global da criança.
A Unidade de Creche e Jardim-de-Infância Morangos® de Monte Burgos conta com a proximidade de serviços e instituições públicas centrais. O acesso pedonal apresenta excelentes condições, o que permite uma maior mobilidade das pessoas que ali vivem, quer para aceder aos cuidados de saúde, serviços, compras ou simplesmente pelo lazer.
A localização do espaço Morangosâ Monte Burgos beneficia de algumas estruturas que permitiram nos últimos anos a fixação de mais pessoas, criando-se também infra-estruturas que abriram oportunidades para que muitas delas fossem empregadas em serviços, onde os horários de algumas das actividades laborais das famílias são mais alargados, pois sendo o emprego no sector terciário mais alto, existe a necessidade de assegurar o bem-estar e segurança dos seus filhos durante o período laboral. Sendo uma das freguesias que adensa a sua população faz-se adivinhar também a necessidade de implementação de serviços especializados, qualificados e com horários alargados no atendimento à Infância. Por todas estas razões a localização do espaço Creche e Jardim-de-Infância Morangos Monte Burgos reveste-se de grande pertinência e importância na cidade do Porto.
Instalações
O conceito para a criação deste projecto surge com a intenção de criar um espaço educativo estimulante, mas também visualmente divertido para as crianças.
As salas de actividade dividem-se em dois pisos, ficando os bebés separados, protegidos e com autonomia garantida e zonas de apoio associadas. O espaço do jardim-de-infância, mais exigente em termos de áreas, povoa o piso térreo numa sala com capacidade para 24 crianças com acesso directo espaço exterior destinado ao recreio. No mesmo piso encontra-se o acesso principal ao edifício através do hall de entrada. Este é igualmente o local onde se desenvolve a articulação com o piso superior. Encontram-se ainda neste piso a sala de pessoal, bem como, a sala da administração. Contíguo à sala de jardim-de-infância, encontra-se a sala polivalente com acesso ao recreio exterior e o refeitório. Na vertente norte do edifício, ainda no mesmo piso localizam-se a copa e o vestíbulo do pessoal.
O piso superior desenvolve-se de forma semelhante ao piso inferior, no corredor central distribuem-se as diversas valências e espaços. Na vertente sul encontramos o berçário, a sala-parque juntamente com o fralário e a copa de leites e a sala dos meninos de 2 anos. Na vertente norte temos a segunda sala dos meninos de 2 anos, bem como a sala dos meninos de 1 ano e as suas instalações sanitárias.
As salas definem-se por cor, permitindo a orientação dos utentes e garantido a entrada e passagem.
Materiais duráveis, confortáveis e coloridos asseguram um ambiente duradouro, estimulante e diferenciado que potenciará o desenvolvimento das capacidades dos utentes que usufruem das salas, num total de 66 crianças.
O espaço contempla as seguintes áreas funcionais:
- 1 berçário no piso 1 com capacidade para 8 crianças, composta por uma sala parque e uma sala de berços separada com vidro e com vão de ligação entre as duas salas;
- 1 fraldário no piso 1 com acesso pela sala parque;
- 1 copa de leites no piso 1 de apoio ao berçário;
- 1 sala de actividades no piso 1 para as crianças de 1 ano com capacidade para 10 crianças;
- 2 salas de actividades no piso 1 para as crianças de 2 anos com capacidade para 10 e 14 crianças respetivamente;
- 1 instalação sanitária no piso 1 de apoio às salas dos meninos de 2 anos;
- 1 instalação sanitária no piso 1 de apoio à sala dos meninos de 1 ano;
- 1 sala polivalente / refeitório no piso 0;
- 1 zona de cabides no piso 0 e piso 1;
- 1 recreio exterior no piso 0 comum a todas as valências;
- 1 sala de actividades destinada a crianças entre os 3 e os 5 anos com capacidade para 24 crianças;
- 1 instalação sanitária no piso 0 de apoio à sala de jardim-de-infância;
Áreas técnicas:
- recepção no piso 0, composta por um posto de trabalho;
- gabinete do director técnico para a direcção, administração e gestão do estabelecimento no piso 0;
- 1 instalação santiária para pessoal que inclui zona de cacifos;
- 1 gabinete de pessoal que inclui uma área de isolamento;
- 1 copa, situada no piso 0 para preparação e distribuição de alimentos;
- 1 lavandaria situada no piso 0;
- zona destina ao depósito e recolha de lixo situada no exterior;
- 1 instalação de apoio ao público e a pessoas com mobilidade condicionada.
Estarão disponíveis vários lugares de estacionamento para tomada e largada de passageiros.
O espaço interior e exterior Morangos, conta com espaços e recursos altamente qualificados e funcionais, fáceis de manter e esteticamente atraentes. São espaços de elevada qualidade, segurança e conforto e onde os detalhes são pensados ao pormenor, desde a imagem, decoração, equipamentos e materiais pedagógicos utilizados. São marca distintiva de um ambiente que se pretende alegre, estético, descontraído, mas sobretudo funcional e adaptado às necessidades das crianças nas diferentes faixas etárias.
Recursos Materiais
De utilização
. Material diverso de mobiliário e equipamento administrativo; Manuais técnicos e didácticos;
. Audiovisuais (televisão, vídeo, leitor de CD, câmara de filmar, máquina fotográfica, projector de slides, retroprojector);
. Suportes didácticos produzidos pelo Grupo MorangosÒ:
. Compact Disc: MoranguiÒ I “A Família” e MoranguiÒ II “A Amizade” – inclui conteúdos áudio com 5 músicas originais e conteúdos multimédia com jogos, karaoke, biblioteca e actividades de expressão plástica;
. Livro I “Sonho na Terra dos Morangos” de (A. Honrado e A. Albuquerque, 2006) – inclui uma ficha com sugestões de actividades para os educadores, complementada com as canções do CD MoranguiÒ I e com as actividades propostas pela Revista MoranguiÒ, de tiragem trimestral
. Livro II “À Pesca de Histórias na Terra dos MorangosÒ” (A. Honrado e A. Albuquerque, 2006) – inclui uma ficha com sugestões de actividades para os educadores, complementada com as canções do CD MoranguiÒ II e com as actividades propostas pela Revista MoranguiÒ, de tiragem trimestral;
. Vestuário de adultos e de crianças e diverso material indispensável ao cuidado, higiene e sono das crianças, exclusivos da marca MorangosÒ.
De desgaste
Material diverso de expressão plástica (papéis variados na qualidade, textura, forma e cor; leque de materiais de pintura como tintas adequadas, lápis de cor, marcadores de água, etc.; materiais de modelagem como plasticina, barro, gesso, etc.)
Diverso material de desperdício para reutilização (caixas, cartões latas, etc.).
Apoios Externos/parcerias
A ligação com a Casa Mãe Morangos® Matosinhos será fundamental na estruturação e organização que implica a criação das valências de Creche e Jardim-de-Infância da Unidade Morangos Monte Burgos.
Existem protocolos nacionais e parcerias a ser implementados brevemente, para as quais se prevê a redução da mensalidade, facilidades nos transportes e também condições especiais para os filhos dos funcionários de algumas instituições próximas, quer de serviços quer de comércio em geral. A solicitação de parcerias será também feita aos equipamentos sociais desportivos e culturais mais próximos, com os quais já foram estabelecidos os primeiros contactos.
Organização do Tempo
Horário da Creche
. Abertura: 7:30h
. Encerramento: 20:00h
. Período de Almoço e Descanso: 11:00h – 15:00h
. Actividades Pedagógicas: 9:30h – 11:00h e 15:00h – 17:30h
. Prolongamento de Horário: 18:00h – 20:00h
Horário Jardim-de-Infância
. Abertura: 7:30h
. Encerramento: 20:00h
. Período de Almoço e Descanso: 12:00h – 15:00h
. Actividades Pedagógicas: 9:30h – 11:30h e 15:00h – 17:30h
. Prolongamento de Horário: 18:00h – 20:00h
Os horários com os momentos para as diversas actividades de cada grupo de crianças serão afixados à entrada de cada uma das salas.
Reuniões/Atendimento
. Reuniões mensais da equipa técnica
. Reuniões bianuais com encarregados de educação
O Espaço Morangos Monte Burgos, que integra a valência de Creche e Jardim-de-Infância, estará aberto todos os dias úteis e encerrará apenas nos feriados nacionais e municipais.
Para a valência de Creche e Jardim-de-Infância poder-se-á prever ainda o encerramento por um período de 15 dias para desinfecção e esterilização de todo o material e mobiliário.
O atendimento aos encarregados de educação e/ou familiares das crianças far-se-á sempre que antecipada e justificadamente solicitado à Coordenadora Pedagógica ou Direcção da Unidade Morangos.
Horário Babysitting
. Disponível anualmente de Segunda-feira a Domingo - 24 Horas por dia
II PARTE
Objectivos Fundamentais da Creche
A Unidade Morangos® Monte Burgos é uma resposta social desenvolvida em equipamento, que pretende suprir as necessidades de acolhimento, apoio e acompanhamento de crianças durante o período de trabalho dos pais e na impossibilidade daquelas permanecerem com as suas famílias. Este serviço efectiva-se no acolhimento diário das crianças, no apoio à satisfação das suas necessidades de higiene alimentação e descanso, na promoção de actividades para o desenvolvimento integral da criança, assim como na prevenção, encaminhamento e/ou reparação de situações de carência, disfunção ou marginalização social.
A creche, organizada educativamente e em espaços próprios de forma a motivar o desenvolvimento da criança e não ser um mero “depósito” de crianças, tem como principais objectivos:
a) - Proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de segurança afectiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar, através de um atendimento individualizado
b) - Colaborar estreitamente com as famílias numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo das crianças
c) - Colaborar de forma eficaz no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência, assegurando o seu encaminhamento adequado
A estimulação do desenvolvimento físico, da coordenação motora e do desenvolvimento sensorial e cognitivo, assim como a função simbólica e a linguagem, são princípios mapeadores da acção dos adultos intervenientes no processo educativo.
Para além de fornecer oportunidades de exercício de hábitos de higiene e de relacionamento com os outros, esse contacto é estabelecido em ambiente próprio que permite o desenvolvimento harmonioso das personalidades. As trocas entre as crianças de diferentes faixas etárias vão permitir que o horizonte psico-social se alargue.
O ambiente da Creche é a primeira preparação para a escola básica, tendo em atenção o respeito pelos ritmos de cada criança. Assim, promover o desenvolvimento integral e harmonioso de cada criança tendo em conta, como parte integrante desse processo, a colaboração e o contacto com a família poderá resumir a finalidade deste contexto educativo.
A organização das actividades integra componentes diferenciadoras. O grande objectivo do trabalho é desenvolver na criança a confiança em si própria e nos adultos que a rodeiam. As rotinas são flexíveis e individualizadas. Os tempos de cuidados envolvem alimentação, higiene e sono e emergem como momentos privilegiados de relação e afecto, momentos de troca de atenção e aprendizagem em que a independência e autonomia se exercitam. Os bebés necessitam de tempo para explorar livremente, tempo suficiente, sem horários rígidos que permitam um investimento prolongado. O dia a dia da creche não se caracteriza como tendo horários rígidos, com a intenção de combater o stress e promover experiências de aprendizagem que se inserem nos acontecimentos espontâneos de um quotidiano feliz e sem pressas. O contexto creche pretende-se agradável e estimulante e é estruturado de acordo com três níveis:
Segurança e saúde – onde se pretende satisfazer as necessidades físicas, prevenindo e/ou diagnosticando doenças;
Funcionalidade – onde o espaço é adequado a diferentes objectivos funcionais e;
Conforto – psicológico e satisfação estética, em que o ambiente faz face às necessidades de privacidade, estimulação sensorial, sentido de pertença, envolvimento e apelos estéticos.
Ressalta-se a importância de um clima relacional rico afectivamente onde tudo é organizado de forma a partilhar, para que cada criança e família se sintam bem desde o primeiro encontro. É necessário que a criança aprenda a utilizar os meios de comunicação de que dispõe, não só para receber informação, como também para se exprimir. Assim, os jogos são o veículo para melhorar as capacidades de recepção de informação da criança e uma das melhores formas de comunicar.
Os educadores têm consciência do papel essencial da sociabilidade no evoluir do indivíduo e sabem também que é no pré-escolar que este deve ser desenvolvido. Deverão assegurar, através da participação e empenho de todo o pessoal em exercício, um bom crescimento físico, psicológico, afectivo e social nas diferentes fases do desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe a calma, segurança e alegria necessárias ao seu bem-estar na ausência da família.
É necessário obter a cooperação da criança na sua própria educação, através da expressão e da criação – uso do seu próprio corpo. Pela expressão corporal, a criança descobre a actividade gráfica, ou seja, a possibilidade de deixar “rastos” da sua acção. A expressão sonora é também, importante para o desenvolvimento da criança. É necessário para o seu enriquecimento entrar no mundo dos sons e consequentemente da linguagem.
Metodologias e Estratégias
Preparar o espaço, criar um ambiente de aprendizagem para cada criança e, portanto, para todas as crianças, constitui uma das bases educativas mais importantes, pois consideramos que o espaço é também Educador.
A preocupação com o espaço e com os materiais está interligada com a criação de um ambiente de aprendizagem que garanta a igualdade de oportunidades para todas as crianças, no respeito pelos interesses de cada criança, necessidades de cada faixa etária e características individuais do grupo e do meio em que se insere.
O bebé, desde muito pequeno é estimulado com pequenas e simples brincadeiras e expressa através do seu corpo momentos de prazer, de intimidade, de interactividade com o adulto que lhos proporciona. O sentido mais profundo dos jogos infantis é o empenho de todo o seu ser, dos seus instintos, actos, sentimentos e pensamentos. O jogo é uma função essencial da vida da criança e do seu desenvolvimento motor, físico, emocional, afectivo e psíquico que encontram pela via do jogo o seu principal suporte. O bebé é essencialmente sensível a um contacto alegre, descontraído e calmo. Os brinquedos para esta etapa não necessitam de ser complicados ou caros, visto que o seu valor lhe é conferido pela imaginação da criança, devendo sim requerer determinadas qualidades, de acordo com a idade da criança a que se destina.
O material e equipamento devem harmonizar-se de tal forma que proporcionem um ambiente aconchegante e familiar. Tanto os materiais como os equipamentos devem ser escolhidos em função do desenvolvimento do grupo de bebés, sendo concebidos de modo a que possam cobrir convenientemente as necessidades de desenvolvimento motor e fomentem a criatividade, autonomia e imaginação.
A criança também deve alargar os seus horizontes através do contacto com outros espaços, como a rua ou o jardim. A passear e observar descobre um mundo novo, diferente do da sua casa ou da creche, que estimulam a curiosidade e a ânsia de experimentar e aprender.
Desenvolvimento de actividades
1) A programação das actividades será adaptada à realidade sociocultural do meio, proporcionando às crianças um largo leque de experiências estimulantes bem como a continuidade e a intencionalidade educativas.
2) As actividades prosseguidas diariamente no estabelecimento têm em conta as idades, interesses e necessidades das crianças acolhidas
3) As actividades propostas devem assentar no desejo de explorar, transformar e criar, bem como na relação da criança consigo própria, com os outros e com os objectos, o que significa aprender activamente a fazer, aprender activamente a pensar e compreender com a sua acção directa.
4) O planeamento e desenvolvimento das actividades baseia-se:
a) - nas idades, interesses, necessidades e capacidades dos grupos de crianças acolhidos
b) - nas características da comunidade envolvente
c) - nos interesses dos Encarregados de Educação, em ordem a assegurar uma complementaridade dos serviços prestados à criança, conhecidos através de:
. Contactos individuais diários
. Reuniões periódicas frequentes
. Incentivos à participação activa
. Interacção: família/ estabelecimento/ técnico especializado, no acompanhamento de crianças com Necessidades Educativas Especiais
d) - na promoção do desenvolvimento pessoal e social da criança, facilitadora da sua futura inserção no meio educativo pré-escolar
Objectivos Fundamentais do Jardim-de-Infância
A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar estabelece como principio geral que “A Educação Pré-Escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.”
Este princípio fundamenta todo o articulado da lei e dele decorrem os objectivos gerais pedagógicos definidos para a educação pré-escolar (Ministério da Educação, 1997):
a) - Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania
b) - Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade
c) - Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem
d) - Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas
e) - Desenvolver a expressão e comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo.
f) - Despertar a curiosidade e o pensamento crítico.
g) - Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva
h) - Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança
i) - Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade.
Conteúdos Programáticos
As “Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar” portuguesa (Ministério da Educação, 1997) definem a orientação da intervenção educativa do educador de infância com o suporte e colaboração de todos os adultos intervenientes no atendimento à criança com idade pré-escolar. Aquele documento permite o suporte do desenvolvimento curricular nos contextos de educação pré-escolar, onde são definidos os objectivos gerais, já atrás enunciados, a organização do ambiente educativo (grupos, espaços e tempos), as Áreas de Conteúdo e a importância da continuidade e intencionalidade educativa.
As Áreas de Conteúdo constituem a referência geral a considerar no planeamento e avaliação de situações e oportunidades de aprendizagem das crianças de 3 anos até à sua entrada na escola obrigatória.
Distinguem-se três grandes áreas e três domínios de orientação da acção que se pretendem inter-comunicantes e contextualizadas num processo educativo e organizativo:
1 - Área de Formação Pessoal e Social
2 - Área de Expressão e Comunicação
Domínio das Expressões nas diferentes vertentes:
Plástica
Musical
Dramática
Motora
Domínio da Linguagem oral e abordagem à escrita
Domínio da Matemática
3 - Área de Conhecimento do Mundo
Actividades Curriculares
As actividades curriculares incluem:
- expressão musical;
- expressão motora;
- expressão plástica;
- culinária;
- dança educativa;
- iniciação à informática (4 e 5 anos);
- iniciação ao inglês (4 e 5 anos).
Destacamos alguns exemplos de actividades Lúdicas:
Canções – memorização, linguagem, disciplina, gosto pela música, sentido rítmico;
Lengalengas – exploração de sons ritmos, expressão da linguagem oral, gestual e corporal;
Pintura com dedos, mãos e pés – exploração dos materiais, cores, formas e texturas, controlo da motricidade, estética;
Jogos – socialização, memorização, compreensão das regras;
Modelagem – controlo da motricidade e capacidade de exploração;
Rasgagem e Colagem – motricidade, autonomia, iniciativa;
Histórias – descoberta de si e do outro, linguagem verbal e não verbal, imaginação;
Fantoches – concentração, visualização;
Brincadeira livre e orientada – socialização, autonomia, imaginação, capacidade de fantasiar, liberdade de escolha.
No calendário escolar anual da Unidade Morangosâ constam também os “Programas de Férias” com actividades temáticas que procuram estimular a criatividade e saciar a curiosidade das crianças das diferentes faixas etárias. Nestas actividades as crianças ficam a conhecer desde o significado, o historial e a importância do contexto social do tema escolhido, assim como são desenvolvidas actividades lúdicas relacionadas: artes plásticas, jogos, contos, teatro, culinária e também visitas de estudo.
Metodologia e Estratégias
A metodologia sugerida, também adoptada nos projectos educativo e pedagógico é a Abordagem High/Scope. Esta metodologia consiste numa abordagem aberta de teorias de desenvolvimento e práticas educacionais que se baseiam no desenvolvimento natural das crianças. O enfoque educativo é orientado para o desenvolvimento integral e harmonioso da criança, integrando as perspectivas intelectual, social e afectiva.
O referido modelo, ancorado nas perspectivas piagetianas, considera a criança como sendo um aprendiz activo, movido pela vontade e necessidade de aprender. Nesta abordagem os adultos e a crianças partilham o controlo. Weikart afirma que:”O papel do adulto é apoiar e guiar as crianças através das aventuras e das experiências que integram a aprendizagem pela acção”. O corpo central da abordagem assenta no processo de planear-fazer-rever.O modelo High/Scope parte do pressuposto de que a criança aprende melhor e mais eficazmente quando planeia e realiza as suas próprias actividades, finalizando o ciclo de aprendizagem com a fase de reflexão.
Segundo a metodologia, é através da vivência de experiências directas e imediatas, retirando delas significado mediante a reflexão, que as crianças pequenas constroem o conhecimento que as ajuda a dar sentido ao mundo que as rodeia. Weikart sugere que “(…) as crianças agem no seu desejo inato de explorar; colocam questões sobre pessoas, materiais, acontecimentos e ideias que lhes provocam curiosidade e procuram as respostas; resolvem problemas que interferem com os seus objectivos; e criam novas estratégias para porem em prática.” Esse desejo natural de aprender leva as crianças a envolverem-se em experiências-chave, criando interacções criativas com pessoas, materiais e ideias que favorecem o crescimento físico, social, intelectual e emocional.
A aprendizagem pela acção só se concretiza quando existem interacções positivas entre os adultos e as crianças, pelo que a interacção adulto-criança assume um enfoque fulcral nesta metodologia. O adulto é responsável por criar um ambiente protector e saudável, no qual estabelece uma relação compreensiva, positiva e sobretudo verdadeira baseada no conhecimento de como a criança pequena organiza o seu pensamento e raciocina.
A “Roda de Aprendizagem” do modelo High/Scope representa as ideias fundamentais que norteiam a abordagem: a aprendizagem activa das crianças; interacções adulto-criança positivas e verdadeiras; ambiente físico protector e acolhedor orientado para a criança; horários e rotinas adaptados às crianças; observações diárias das crianças que ajudam os adultos a programar o trabalho pedagógico; um trabalho de equipa organizado entre educadores; a integração da família em todo o processo e a planificação do programa.
Durante o desenvolvimento do projecto ou projectos, as novas tecnologias e os meios audiovisuais são utilizados como instrumentos de ensino e aprendizagem de excelência nas Unidades Morangos, assim como o software didáctico produzido pelo Grupo Morangosâ, com os quais as crianças aprendem fazendo e brincando.
De forma permanente é também disponibilizado um acompanhamento técnico do percurso e desenvolvimento da criança, tendo em conta os seus resultados escolares e bem-estar psicológico, criando assim um espaço de articulação e comunicação contínua com os pais.
A Unidade Morangosâ Monte Burgos oferecerá às crianças actividades extra-curriculares que poderão ver-se implicadas no desenvolvimento do trabalho de projecto, como ateliers de artes plásticas, informática, música, dança, artes marciais, natação, futebol, inglês, ioga, etc.
Plano Anual de Actividades
Mês
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Actividades
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Conteúdos
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Observações
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Setembro
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Organização das salas e materiais mediante as idades, interesses e necessidades de cada grupo de crianças inscritas;
Reunião de pais
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Áreas, regras gerais e específicas, material e denominação;
Execução de Placards (aniversário, responsabilidades, etc.).
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Adaptação das crianças e dos educadores ao espaço e materiais da instituição;
Elaboração dos planos de actividade anuais para cada faixa etária
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Outubro
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Introdução e exploração da Temática “AMIZADE” através do “CD2 Morangui®”;
O que é um amigo – quem são os meus amigos?
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O que é um amigo?
Quem são os meus amigos?
Conhecimento do “eu” na estrutura social
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Introdução dos suportes didácticos do Grupo Morangos®: LIVRO e CD II Morangui® “A Amizade”
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Novembro
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Lenda de S. Martinho;
Dramatização da Lenda de S. Martinho pelas Crianças;
Festa e convívio de S. Martinho com os pais, amigos e familiares das crianças
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Conhecimento da lenda de s. Martinho.
Inserir os amigos nas vivências da instituição
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Celebração do Magusto no espaço exterior com os grupos de crianças, adultos, familiares e amigos ligados à instituição
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Dezembro
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Ida ao Circo;
Decoração da instituição e Árvore de Natal;
Elaboração do Presépio;
Festa de Natal.
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Características gerais da época e sua simbologia (decoração, culinária, etc.);
O sentido de partilha e solidariedade e amizade nesta época natalícia
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Janeiro
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Elaboração de instrumentos de música simples com a ajuda dos pais;
Cantar as janeiras nas salas da instituição, pela vizinhança e junto de amigos
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Vivência das tradições culturais
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Exploração dos suportes didácticos do Grupo Morangos®: LIVRO e CD II Morangui® “A Amizade”
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Fevereiro
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Execução de fantasias e máscaras com a colaboração dos pais;
Desfile/Corso carnavalesco
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Exploração do Carnaval e suas características simbólicas;
Exploração dos momentos partilhados/fotografados com os Amigos
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Março
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Execução de uma prenda para o Pai;
Festa do dia do Pai;
Comemoração do dia Mundial da Árvore.
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O Pai como o melhor amigo – exploração da temática
Apresentação/exposição dos trabalhos realizados pelas crianças sobre a Amizade até aqui
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Abril
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Comemoração da Primavera;
Palestra sobre o Ambiente aberta aos pais e à comunidade
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Sensibilizar a família para os eventos da instituição
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Maio
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Execução de uma prenda para a Mãe;
Festa do dia da Mãe
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A mãe como a melhor amiga – exploração da temática Amizade
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Junho
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Festa surpresa para as crianças – Dia Mundial da Criança;
Introdução do “Jogo dos Direitos da Criança”
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Comemoração do dia da Criança
Exploração lúdica dos direitos da criança – o direito a ter amigos
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Julho
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Dia Internacional Amizade;
Festa de Finalistas;
Manhãs de praia;
Reunião de pais
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Celebração do Dia internacional da Amizade
Conhecimento de espaços diferentes (culturais, desportivos, lúdicos, pedagógicos, etc.).
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Saídas efectuadas mediante a estruturação a apresentar pela Unidade Morangos®
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Avaliação
O processo de avaliação tem em vista a criação de atitudes positivas face à escola, quer do grupo de crianças, quer do grupo de adultos, permitindo a estes uma efectiva abordagem das dificuldades e necessidades da criança, tentando encontrar estratégias capazes de as minorar e satisfazer.
O processo de observação, registo, análise, execução, avaliação e reformulação da acção será um contínuo no trabalho quotidiano com o grupo de crianças que integra nas suas práticas a metodologia de trabalho de projecto.
O respeito pelos ritmos e percursos individuais com a necessidade de alcançar objectivos definidos, nem sempre é fácil, daí que a avaliação tenha de ser sistemática, contínua, contribuindo sempre para o sucesso e para uma maior igualdade de oportunidades. A avaliação de todo este processo implica reflexões contínuas e o preenchimento de uma grelha de observação onde podemos respeitar e acompanhar o desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Este processo exige partilha, análise e reflexão da equipa pedagógica na tentativa de corrigir e adequar o processo educativo à evolução da criança e de encontrar estratégias que permitam envolver os pais, dando-lhe orientações adequadas para a formação e desenvolvimento harmonioso e equilibrado da personalidade dos seus filhos.
Considerações Finais
O objectivo principal do trabalho na creche e jardim-de-Infância não será garantir o produto da actividade das crianças – aquisição de determinados conhecimentos ou solução de um problema. Trata-se sobretudo de garantir o desenrolar do processo de produção dos conhecimentos e das soluções-problema – o que em última análise é a melhor maneira de garantir a qualidade dos produtos.
Durante o desenvolvimento do Projecto, o educador vai assumir papéis diversificados (líder do grupo, coordenador da actividade dos subgrupos, tutor, conselheiro, retaguarda, recurso, facilitador de contactos, consultor técnico, …)
Partindo, em geral, de uma situação de relativa insatisfação, o processo de elaboração e execução do Projecto Educativo pode também proporcionar ao educador o alargamento do âmbito da sua capacidade de actuação sobre o real social, físico e relacional e, em última instância, sobre o desenvolvimento intelectual e sócio-afectivo das crianças que lhe são confiadas por várias horas por semana.
“os educadores (…) formulam hipóteses daquilo que pode acontecer com base no que conhecem das crianças e das suas experiências anteriores. A par destas hipóteses, formulam intenções flexíveis e adaptadas às necessidades e interesses das crianças” (Rinaldi in Edwards, Gandini e Forman, 1993).
Assim, será importante sublinhar que os interesses e necessidades ou “por onde vamos?” são expressos pelas crianças nas várias fases do projecto e inferidos e geridos pelos adultos educadores ao longo do processo.
Acreditamos seriamente nas potencialidades desta metodologia de trabalho, mas sobretudo, acreditamos nas nossas crianças. Ninguém melhor que Loriz Malaguzzi, mentor das Escolas de Reggio Emília, o descreveu:
"As Cem Linguagens da Criança
A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos.
Cem pensamentos.
Cem modos de pensar, de jogar e de falar.
Cem sempre
Cem modos de escutar as maravilhas de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.
Cem mundos para descobrir.
Cem mundos para inventar.
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem línguas (e depois cem, cem, cem)
Mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo.
Dizem-lhe: para pensar sem mãos
Para fazer sem cabeça
Para escutar e não falar
Para compreender sem alegrias
Para amar e maravilhar-se
Só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe: para descobrir um mundo que já existe
E de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho
São coisas que não estão juntas.
Dizem-lhe, enfim, que as cem não existem
A criança diz:
Ao contrário, as cem existem."
Loris Malaguzzi (1920-1994)